O que o cavalo come?

O cavalo pode pastar de 12 a 18 horas por dia, porém ele não se alimenta só de grama, a base da dieta alimentar dos cavalos é constituída por: volumosos, ração, frutas e sal.

Devido às particularidades orgânicas do sistema digestivo, os cavalos não conseguem vomitar. Consequentemente, ao sofrerem com cólicas, o quadro pode evoluir rapidamente, acarretando a sua principal causa de morte. Todo cuidado é pouco com a alimentação.

O cavalo é um ser herbívoro, por isso mantém uma dieta rica em vegetais. Essa alimentação, nomeada de verde ou volumoso, baseia-se em capim fresco, feno ou silagem.

Capim

Pode ser obtido por meio de pastagem, ingerido diretamente do chão, ou capineira, já cortado, sendo oferecido direto no cocho, recomenda-se que o capim seja dado inteiro ao cavalo para estimular a mastigação, proporcionando todos os elementos para a digestão correta.

Tipos de crescimento de capim

- Estolonífero: é o da planta que se desenvolve paralelamente ao solo. Entre os exemplos estão os capins como Estrela e Tifton.

- Cespitoso: é o de plantas que se desenvolvem perpendicular ao solo. Entre os exemplos estão a Mombaça, Zuri e Tamani. "São plantas que, de uma forma geral, deixam espaço no solo e não são recomendadas para áreas de declive muito acentuado” diz a especialista forragicultura Janaína Martuscello.

- Decumbente: é o tipo de crescimento que começa paralelo ao solo e depois sobe. Esta é a característica da Brachiaria decumbens.

Aspectos importantes na escolha da espécie forrageira

- Crescimento rápido e altura adequada:

- Mais planas;

- Crescimento estolonífero;

- Alta digestibilidade;

- Resistência ao pisoteio;

- Baixa exigência do solo;

- Adaptável as condições climáticas como os períodos chuvosos e a seca.

Feno

É a forragem desidratada, que passa por um processo chamado fenação em que perde toda a umidade, sem perder os constituintes nutricionais.

Um cavalo adulto comerá cerca de 2 a 2,5% do seu peso corporal por dia e o volumoso deve contribuir para pelo menos metade desta percentagem.⠀

Por exemplo, para um cavalo de 500 kg, ele deverá ingerir pelo menos 5 kg de feno por dia.⠀

A quantidade ideal de feno pode mudar se o cavalo tiver acesso ao pasto e se receber grãos ou outros alimentos. Também pode variar com base em sua carga de trabalho, estado de saúde e metabolismo individual.⠀

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O fator que mais influência na digestibilidade do feno é o estágio de maturação da planta no momento do corte, onde, quanto mais maduro estiver o capim, menos digestível será o feno.⠀

O feno deve ter alta proporção de folhas ligadas ao caule (indicando uma maior digestibilidade e mais nutrientes), cheiro fresco e deve ser livre de sujeira, mofo, ervas daninhas, ou outros materiais estranhos. ⠀

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Para testar a qualidade pegue um punhado de feno e aperte-o. O feno de boa qualidade é macio e flexível. Se parece que você está apertando um punhado de gravetos, não é uma boa escolha para alimentar seu cavalo.

Pode ser feito de forrageiras, como alfafa, coast cross, grama, gramínea ou combinações, entre outros. É uma opção nutritiva, porém, cuidado com a qualidade, pois os excessos de umidade reduzem substancialmente os benefícios do feno e podem contaminar o alimento com bactérias, fungos e toxinas.

Como escolher um feno de qualidade?

- Cor esverdeada, indica mais nutrientes;

- Cheiro agradável de capim;

- Muitas folhas aderidas ao caule;

- Ausência de poeiras e fungos;

- Matéria seca de 80% a 85%;

- Evitar fardos pesados e/ou quentes, indica sinal de mofo;

Processo de silagem

A silagem é a forrageira e outros grãos (milho, sorgo) preservada em processo de fermentação. A ensilagem, processo de confecção, é o depósito da forrageira e dos grãos em silos, sem a presença de oxigênio, para ocorrer a fermentação, aumentando a conservação dos alimentos energéticos.

Silos feitos de maneira adequada fornecem silagem de altíssima qualidade;

Forneça ao animal a quantidade de silagem suficiente para satisfação;

A silagem deve ser consumida no prazo máximo de duas horas a partir da retirada do silo. Após esse período, o animal terá dificuldade para digeri-la, dificultando a mastigação e a obtenção mínima de nutrientes;

O cavalo pode ingerir a silagem de três a quatro vezes por dia;

Verifique constantemente a qualidade da silagem.

Ração

O uso da ração deve ser secundário, independentemente da matéria-prima. Utilize apenas como forma de corrigir e suplementar as possíveis necessidades do mamífero. A ração é altamente fermentável, por isso, o excesso na dieta pode predispor a impactação e a cólica equina.

Sal

O sal é muito importante na dieta dos cavalos, ele os beneficia como:

- Fonte de minerais fundamentais para o bom funcionamento do metabolismo, desenvolvimento, saúde e desempenho dos cavalos;

- Assegura melhorias na qualidade de vida do animal, repondo eletrólitos perdidos, prevenindo a desidratação, o desgaste dos músculos e aumentando a absorção de nutrientes.

- Reposição de minerais perdidos pelo suor e pelas fezes;

- Equilibrar os minerais da dieta. Além da quantidade de cada mineral, também é muito importante manter uma relação ideal entre eles. Desequilíbrios minerais são tão prejudiciais quanto as deficiências.

Esses minerais têm papéis estruturais (esqueleto), funcionais, fisiológicos (pressão osmótica celular) e metabólicos (ativação enzimática). São fornecidos pelos alimentos da dieta dos equinos, como o volumoso e a ração, em quantidades muito variáveis que geralmente são insuficientes e/ou desequilibradas. Por isso, o sal deve ser adicionado à dieta dos equinos.

A necessidade de minerais depende da categoria fisiológica do equino (potros em crescimento e éguas em lactação precisam de uma quantidade maior de minerais na dieta) e da composição de minerais dos demais alimentos que o cavalo está ingerindo. Além disso, o cavalo não tem a mesma necessidade de minerais todos os dias, pois a perda pelo suor e pelas fezes é variável.

Como oferecer?

- Disponibilizar o sal mineral à vontade, em cocho próprio, livre de sujeiras e protegido de umidade;

- Repor o sal mineral em uma frequência em que o cavalo sempre tenha disponível e evite formação de pedras;

- Monitorar a quantidade de sal mineral ingerida pelos animais, sempre pesando o sal ao repor e fazendo o cálculo da média diária consumida.

- Utilizar sal específico para equinos, porque os suplementos minerais para equinos são formulados pensando na necessidade nutricional dessa espécie, que difere dos outros animais. Além disso, suplementos para outras espécies podem conter substâncias prejudiciais e até mesmo letais para os equinos, como, por exemplo, os ionóforos, que comumente estão presentes nos sais minerais para bovinos.

- Não misturar com outros alimentos, os suplementos minerais para equinos já vêm balanceados e prontos para o consumo. Não se deve misturar o sal branco (sal de cozinha) nem outros alimentos como farelo de trigo, milho triturado ou outros no intuito de aumentar, ou diminuir o consumo. Essa prática desequilibra o suplemento e pode resultar em problemas de falta ou excesso de minerais, também não misturar com a ração já que a necessidade de minerais varia diariamente, a ingestão forçada do sal mineral (misturado à ração) pode resultar em excesso de minerais. Por isso, o indicado é que o cavalo tenha uma ingestão voluntária em um cocho separado apenas para o sal mineral. Porém, em algumas situações, podemos fazer o fornecimento temporário junto à ração, até que possamos disponibilizá-lo à vontade.

Frutas

Sempre quando oferecidas devem-se ser cortadas em pequenos pedaços e retirar os caroços, sementes e talos, pois eles podem causar asfixia. Há muitas frutas permitidas na dieta dos cavalos, confira-as:

abacaxi;

ameixa;

amora;

banana;

cereja;

coco;

damasco;

laranja;

morango;

pera;

pêssego.

Hidratação

Conforme as necessidades do cavalo, ele pode beber de três a quatro litros de água por cada quilo de matéria seca ingerida no dia até cinco ou seis por cento do próprio peso. Há uma quantidade certa para ingestão. Tudo vai depender dos atributos e da rotina do animal, além do lugar onde ele vive.

A hidratação regula os níveis de hidratação no corpo do animal enquanto auxilia no transporte de nutrientes e na produção de leite das éguas.

Saúde Bucal

Um acompanhamento odontológico regular é de suma importância para a saúde e bem-estar do cavalo, porque quando ocorrem problemas na boca ou nos dentes, o alimento pode chegar ao estômago sem estar devidamente triturado, causando problemas digestivos que influenciam diretamente o seu desenvolvimento. Com a compreensão de que diversas doenças estão diretamente ligadas a problemas com a saúde bucal dos cavalos, é necessária a atenção constante aos cuidados odontológicos dos cavalos.

Referências bibliográficas

- Integral Mix

- Blog Petz

- EquinoGestor

- Giro do Boi

- Blog Equino

- Cavalo Capa