Cólica Equina
- @juuliabrenda
- 5 de mar. de 2024
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A cólica é a dor de origem abdominal, na maior parte dos casos ocasionada por distúrbios digestivos, e em menor escala devido a distúrbios em outros órgãos da cavidade abdominal.
É uma das afecções agudas mais comuns em equinos por todo o mundo e uma das maiores causadoras de óbito na espécie equina.
Conhecida também como abdômen agudo, é uma desordem relativamente comum do sistema digestivo.
O desconforto abdominal provocado pela doença pode ser leve ou intenso.
Sintomas
Febre;
Constipação;
Falta de apetite;
Inquietação;
Suor excessivo sem 'razão';
Cavar em excesso;
Sentar (igual a um cão), deitar e rolar excessivamente;
Coloração de mucosas;
Aumento na frequência do pulso e da respiração;
Apatia;
Dificuldade para caminhar;
Olhar para o flanco inssitentemente;
Coices e mordidas em direção ao abdômen;
Posição de urinar sem o fazer.
Tipos
Cólica de impacto: ocorre uma obstrução, normalmente no intestino grosso, causado por uma sobrecarga de alimento fibroso que o cavalo não consegue digerir.
Colite: é uma inflamação do intestino grosso.
Cólica parasitária: comum em cavalos jovens, há alguma obstrução no sistema digestivo por infestação pelo Parascaris equorum. Os cavalos desenvolvem a imunidade aos parasitas em sua fase de vida de 6 meses a 1 ano, logo esta circunstância é rara em cavalos adultos.
Torção gástrica: o intestino desloca-se para uma posição anormal do abdômen, podendo muitas vezes torcer.
Gastrite: inflamação na mucosa do estômago;
Cólica por gases: ocorre mais frequentemente no intestino grosso, devido ao estiramento do intestino, que leva à dor abdominal.
Cólica espasmódica: devido á contrações intestinais aumentadas.
Contribuem para o desenvolvimento da doença (causas)
- Desidratação;
- Estresse;
- Alimentação de má qualidade;
- Ingestão rápida ou de alta quantidade de alimentos concentrados;
- Torção gástrica;
- Fermentação de alimentos;
- Gastrite;
- Aerofagia;
- Alteração súbita na alimentação do cavalo;
- Diminuição ou variação abrupta na atividade física;
- Infecções parasitórias, como as causadas pelo Strongylus vulgaris, Anaplocephala perfoliata e Gasterophilus sp;
- Alterações nas condições de estabulação.
Diagnóstico
O diagnóstico preciso da cólica equina deve ser realizado rapidamente. É necessário que o médico veterinário conheça os sinais, histórico do cavalo e as mudanças recentes no manejo alimentar. Constatar as causas exatas da enfermidade é um grande desafio. Um dos meios mais utilizados para identificá-la é o diagnóstico com o auxílio do ultrassom. Com ele, é possível verificar com exatidão todos os detalhes e dimensões dos problemas causados no aparelho digestivo.
Para que se possa chegar ao diagnóstico da cólica equina, devem ser avaliados vários parâmetros como:
Os achados à palpação retal: grau de dor, distensão abdominal, frequência cardíaca, respiratória e características do pulso, coloração das membranas mucosas, tempo de preenchimento capilar, temperatura retal, motilidade gastrointestinal e refluxo gástrico.
Os achados ecográficos, radiográficos, à endoscopia, à laparoscopia; e análise fecal: hematócrito, concentração plasmática de fibrinogênio, contagem de leucócitos; quantificação eletrolítica; análise de gases sanguíneos; quantificação das enzimas séricas, concentração de lactato plasmático, características do fluido peritoneal.
Palpação Retal
Há uma grande variedade de procedimentos para o diagnóstico para a confirmação da cólica e para verificar a sua gravidade. Em alguns casos o médico veterinário pode sedar o cavalo para que ele fique mais confortável para a realização da palpação transretal.
É importante que o médico veterinário domine este tipo de exame, pois ele é decisivo para que seja determinado se o tratamento é ou não cirúrgico. Se durante o exame, o animal apresentar sensibilidade e desconforto, o problema pode ser considerado grave.
Ultrassonografia
Após avaliar a complexidade dos sintomas, a ultrassonografia servirá com instrumento de observação do abdome do animal. Com ela será possível observar a evolução do quadro clínico do animal pois distingue diferentes tecidos da cavidade por diferenças em sua ecogenicidade. Sem contar que a interpretação desses dados é imediata, o que é crucial em caso de emergências.
A ultrassonografia permite avaliar diferentes regiões do trato gastrointestinal desde que o médico veterinário tenha conhecimento da sua topografia, tamanho, características anatômicas, conteúdos luminais e motilidade.
Além disso, a frequência, a amplitude e a velocidade das contrações peristálticas que causam a cólica também podem ser avaliadas pelo modo B, modo M e doppler.
A ultrassonografia tem algumas limitações tais como amplitude do abdome equino, que impossibilita uma análise completa, ainda assim é um dos métodos mais eficazes para diagnosticar cólica equina.
As imagens ultrassonográficas fornecem diversas informações que não podem ser obtidas a partir de outros métodos. Algumas delas são:
A presença ou ausência de motilidade; avaliação das paredes intestinais quanto à presença de espessamento ou não; análise qualitativa e quantitativa do líquido peritoneal; avaliação do conteúdo presente nas diferentes porções do trato gastrointestinal; além de permitir o acesso a partes do abdômen que são inacessíveis por outros métodos, como a palpação retal.
Desidratação: Se você puxar a pele do pescoço por exemplo do seu cavalo e ela demorar voltar é porque ele está desidratado.

Tratamento
A maioria dos episódios de cólica apresenta resolução com tratamento clínico, porém 7-10% são fatais amenos que tratados cirurgicamente.
Para o tratamento se deve avaliar a causa e as necessidades terapêuticas do equino que apresenta desconforto referente ao abdômen agudo, se tem três padrões de tratamento, são eles:
I – Tratamento clínico.
2 - Tratamento clínico que, na dependência da gravidade ou da evolução do quadro, poderão também necessitar de tratamento cirúrgico.
3 - Tratamento cirúrgico para a resolução definitiva. Desta forma se deve levar em consideração a indicação de tratamento cirúrgico em regime de emergência nos casos de grandes deslocamentos intestinais.
Prevenção
A origem da cólica equina, em sua maior parte, está ligada à alimentação. Uma vez que, a síndrome acontece quando os alimentos fornecidos ao equinos são inadequados, desbalanceados, muito triturados ou má distribuídos. O manejo nutricional ideal tem um papel fundamental para a prevenção da doença.
- Oferecer nutrientes adequados ao desenvolvimento do animal e em horários específicos são fundamentais para o controle da doença.
- Dar acesso a água limpa e fresca ao cavalo;
- Acompanhamento regular do cavalo por um médico veterinário;
- Fornecer na alimentação quantidade suficiente de pastagem ou feno (lembre-se sempre de molhar o feno).
- Saúde oral: se o cavalo não tiver uma dentição bem organizada ele não vai conseguir mastigar e vai ingerir fibras de tamanhos maiores que vão fermentar e causar cólicas.
Referências bibliográficas
Imagens
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