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Laminite

  • Foto do escritor: @juuliabrenda
    @juuliabrenda
  • 19 de mar. de 2024
  • 4 min de leitura

A laminite é uma doença locomotora muito comum em cavalos adultos. Essa enfermidade é caracterizada por uma inflamação das lâminas dos cascos, estruturas que ligam o casco à terceira falange, causando muita dor e sofrimento aos equinos podendo levar os animais acometidos ao afastamento de suas atividades ou até mesmo a necessidade de eutanásia.


Apesar de ser um distúrbio que acomete primeiramente os cascos, é uma doença sistêmica (afeta múltiplos órgãos ou tecidos do corpo) e pode ser classificada em fases de acordo com a gravidade das lesões, sendo elas a faze de desenvolvimento, a fase aguda e a fase crônica. Cada uma possui características, diagnóstico, tratamento e prognóstico diferentes.

A fase de desenvolvimento é a fase subclínica (não produz manifestações ou efeitos detectáveis através de exames clínicos regulares) da doença, ou seja, mesmo já existindo uma inflamação moderada nas lâminas do casco, não há manifestação de sinais clínicos.

A fase aguda tem manifestação de sinais clínicos, porém não há rotação da falange, situação em que o osso rotaciona no casco.

A fase crônica tem rotação de falange e em casos extremos pode ocorrer o desprendimento total do casco.


Na maioria dos casos, a afecção acontece nos cascos dianteiros visto que a distribuição de peso é maior nos membros torácicos. Porém, pode acontecer nos quatro cascos.


Não é uma doença contagiosa, porém é comum mais de um animal na mesma propriedade manifestar os sintomas. Isso, porque todos recebem o mesmo tipo de manejo.


Sintomas

  • Relutância em se movimentar, caminhar similar a “pisar em ovos”;

  • Claudicação;

  • Emagrecimento;

  • Tremores musculares;

  • Aumento na frequência cardíaca e respiratória;

  • Temperatura elevada na superfície do casco;

  • Quando os cascos dos membros anteriores estão afetados, é comum que ele desloque o peso para os posteriores. Nos casos em que as quatro patas estão afetadas, é de se esperar que ele permaneça deitado em posição lateral;

  • Afundamento e/ou ruptura da linha da coroa na região das pinças;

  • Pulso forte nas artérias digitais;

  • Ansiedade e tensão muscular;

  • Expressão de dor;

  • Edema;

  • Necrose;

  • Aumento na temperatura corpórea e alteração nos sinais vitais;

  • Sudorese;

  • Nos casos de afundamento da terceira falange, aproximação dos quatro cascos ao se manter em pé, lembrando “elefante de circo”; 

  • Nos casos crônicos, deformação dos cascos;

  • Formação de anéis na muralha dos cascos, mais largas na região dos talões e menores na região das pinças;

  • Abaulamento da sola na região das pinças;

  • Ruptura da sola em forma de “meia-lua” na região das pinças entre o ápice da ranilha e a pinça.


É muito importante que, ao se observar qualquer um desses sinais, por mais simples que pareça, o proprietário do animal busque um médico-veterinário imediatamente para investigar as causas e iniciar o tratamento. 


Causas

As causas da laminite em cavalos são muito variadas e ainda pouco compreendidas, as mais comuns são:

  • Ingestão excessiva de carboidratos (grãos);

  • Alterações inflamatórias;

  • Enfermidades no sistema digestório;

  • Obesidade;

  • Retenção (permanência total ou parcial no útero por um período acima de 12 horas após o ocorrido) de placenta;

  • Baixa concentração de glicose nos tecidos do casco;

  • Hipotireoidismo (deficiência de hormônios da tiroide);

  • Atividades físicas em solos muito duros;

  • Banhos gelados ou ingestão de água gelada após a prática de exercício;

  • Administração de alguns fármacos inadequadamente, como corticosteroides, por exemplo;

  • Toxemia devido à infecção bacteriana;

  • Excesso de peso em algum dos membros quando o animal, por algum motivo, não o distribui corretamente, conhecida como laminite estática, normal em casos de ferimentos ou cirurgias em algum dos membros;

  • Traumatismos locais;

  • Compressão excessiva da sola, causada por ferraduras mal postas, mal ajustadas ou mantidas por tempo excessivo;

  • Isquemia do casco devido ao frio, neve, ou ao calor excessivo, devido ao piso ou à colocação de ferraduras;

  • Hiperadrenocorticismo ou Síndrome de Cushing, de maior ocorrência em animais mais velhos;

  • Exposição a fertilizantes que tenham nitrato em sua composição.

  • Disfunção gastrointestinal;

  • Metrite.


Diagnóstico

Tem como base a anamnese completa relatada pelo proprietário, se atentando especialmente aos detalhes do manejo, alimentação e histórico de doenças e tratamentos anteriores. Os sinais clínicos podem ser observados no exame físico.

Do mesmo modo, os exames de imagem também são muito úteis e a ultrassonografia é um deles. Ela é muito recomendada para melhorar a confiança diagnóstica e para o acompanhamento do caso, pois fornece informações precisas, com exames não invasivos. 

Também é possível apostar na radiografia, no bloqueio anestésico dos nervos relacionados e na termografia.


Tratamento

O tratamento tem como objetivo evitar a rotação de falange e diminuir a dor e inflamação, pode ser dividido em terapia de suporte e medicamentosa, a terapia de suporte é muito importante e envolve o uso de ferraduras e palmilhas especializadas, camas macias, crioterapia, entre outros. A terapia medicamentosa é baseada em medicamentos anti-inflamatórios e analgésicos. Recomenda-se também melhorar o manejo, diminuir a sobrecarga sobre as lâminas e fazer mudanças na alimentação.

Exemplos de terapia de suporte

Prevenção

É possível prevenir a laminite através de um bom manejo nutricional (com pouco carboidrato e suplementação, se necessário), cuidados básicos na realização de exercícios físicos (principalmente animais atletas), não deixando o animal com frequência em solos duros, realizando controle de peso e mantendo atenção nos transportes que costumam ser mais demorados. Além disso, é imprescindível fazer um casqueamento correto com frequência.


Referências bibliográficas







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